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domingo, 14 de julho de 2013

A presença dos Caboclos nas Giras de Umbanda nos leva a refletir sobre a importância do meio natural que nos acolheu e nos ajuda a compreender que somos parte da Criação Divina e, por isso mesmo, precisamos viver em harmonia com o Todo. Eles são um exemplo de forma de vida simples, natural, livre de preconceitos e artifícios, de arrogância e de vaidade. Sua atuação junto de nós é libertadora, própria daqueles que evoluíram. Caboclos e Pretos-Velhos manipulam ervas de todos os Orixás porque têm essa autorização e conhecimento, conforme o grau elevado que os distingue. Existem Falanges de doutrinadores, de guerreiros, de “feiticeiros” (isto é, que atuam mais fortemente na quebra de magias negativas), de curadores, de justiceiros etc. Os Caboclos são profundos conhecedores das ervas e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos, defumações, oferendas etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como ninguém o Reino Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das ervas e dos alimentos vindos da terra. Também grandes conhecedores da Magia, nos seus trabalhos costumam utilizar pembas, velas, essências, flores, ervas, pedras, frutas, vinho, sumo de ervas, raízes, cipós e sementes, entre outros elementos. Usam charutos e fumos à base de ervas para defumar o ambiente e as pessoas presentes, recolhendo e neutralizando as cargas densas que os envolvam. Sua forte carga magnética nos impulsiona a ir em frente, a enfrentar os obstáculos com coragem e determinação. Porque Caboclo é o Arquétipo do guerreiro corajoso, valente, simples, honrado, justo e harmonizado com as Forças da Mãe Natureza. Pela simples presença entre nós, quando incorporados em seus médiuns, já nos imantam com essas fortes energias e nos estimulam a conseguir nossos objetivos. São “caçadores”, vão buscar e nos ensinam a buscar o melhor para a nossa evolução. Grandes doutrinadores e disciplinadores, são muito atuantes na orientação de sessões de desenvolvimento mediúnico, uma vez que os Guias Espirituais agem principalmente sobre o mental do médium, que está relacionado ao Chacra Frontal, regido por Pai Oxóssi, justamente o Regente do Mistério Caboclo. Também atuam nas desobsessões, na solução de problemas psíquicos e materiais, na quebra de demandas, entre outros trabalhos espirituais de Umbanda, utilizando vários recursos magísticos nos quais são iniciados. Não ostentam conhecimentos, colocam-nos em prática! Seus assobios e brados assemelham-se a mantras. Cada Caboclo emite um som, de acordo com o trabalho que vai realizar, criando condições que facilitem a incorporação e liberando bloqueios energéticos dos médiuns e consulentes. Os assobios traduzem sons básicos das Forças da Natureza, dão um impulso no campo magnético (corpo espiritual) do médium para direcioná-lo corretamente, liberando-o de cargas negativas, larvas e miasmas astrais. Nos consulentes, produzem igual efeito. Os Caboclos incorporados também costumam estalar os dedos, bater no peito e estender o braço na direção do Altar. Tudo isto tem um significado magístico-religioso: ●Estalar dos dedos - Nossas mãos têm vários terminais nervosos que se comunicam com os sete chacras principais e com os chacras menores do nosso corpo. O estalar dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus (a parte gordinha da palma da mão) e reequilibra a rotação e a frequência de todos os chacras que voltam a funcionar plenamente. O equilíbrio vibracional gera a consequente descarga de energias desequilibradas (“negativas”). Ao estalar os dedos, o Caboclo provoca essas reações no campo magnético do médium ou, conforme o caso, descarrega o campo do consulente. Ao estalar os dedos da mão esquerda, ele absorve negatividades e faz uma limpeza energética; e quando estala os da mão direita, ele irradia cargas altamente positivas e reenergiza, acalma, cura etc. ●Bater no peito - Com isso, o Caboclo ativa o chacra Cardíaco do médium e equilibra suas emoções, possibilitando uma sintonia mais apurada com o medianeiro e a efetivação de um bom trabalho espiritual. ●Estender os braços (ou um braço) para o Altar - Com esse gesto, o Caboclo lança uma “flecha energética” que ativa os Poderes e Forças assentados e firmados no Terreiro, conforme a necessidade do trabalho espiritual a realizar. Esses procedimentos criam um grande centro de Forças que facilita o amparo aos consulentes, ao próprio Terreiro e a toda a corrente mediúnica. Alguns Caboclos, quando se despedem do Terreiro, dizem que vão “para Aruanda”, ou “para a cidade da Jurema”. Outros falam que vão “subir para o Humaitá”, e assim por diante. São referências às colônias astrais que existem ligadas ao planeta Terra, onde eles habitam, conforme o respectivo grau de evolução. E muitas vezes os Caboclos responsáveis por Terreiros levam para essas colônias os dirigentes e demais integrantes da corrente mediúnica (durante o desdobramento normal dos seus espíritos que acontece durante o sono físico), a fim de participarem de trabalhos de auxílio a encarnados e desencarnados, para estudarem e ou receberem. Um trabalho espiritual de Umbanda não termina no Terreiro, ele prossegue no Astral. Por isso, é importante que os médiuns sigam as orientações dos Guias Espirituais sobre os preceitos para antes e depois das Giras (manter pensamentos e sentimentos elevados e uma vida diária equilibrada, inclusive no campo sexual; abster-se, ao menos por 24 horas antes e depois do trabalho espiritual, do uso de bebida alcoólica, fumo e de qualquer substância nociva, mantendo uma alimentação isenta de alimentos de origem animal, porque são de difícil digestão; etc.).