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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Causas da desmotivação do médium de Umbanda

Leao e gato

Eu acredito que muitos dos que aqui lerem esse texto, já se sentiram desmotivados ou mesmo já se depararam com pessoas que por mais que tinham anos de Umbanda, numa determinada ocasião, fraquejaram e sentiram vontade de largar tudo, digo pessoas mais velhas na religião mas não deixo como regra, porque esse tipo de sentimento não tem uma determinada época ou regra para acontecer então cabe a todos.
As vezes a pessoa sente uma perda de energia tão grande, que ela não consegue nem acender uma vela, na realidade ela não sente vontade, ela até se inclina a fazer, mas chega na hora “H”, ela pensa agora não, depois… . E nisso vai passando-se os dias. E como um vírus pestilento a desmotivação vai tomando conta.
Essa desmotivação pode ser provocada por ns. questões, originadas em nós mesmos (pela forma que nos enxergamos perante a vida), pelos outros (que muitas vezes nos derrotam, nos jogam para baixo), ou mesmo por ordem espiritual (assédio, obsessão). Vamos refletir juntos a respeito.
Muitas vezes essa desmotivação começa pela forma com que nos enxergamos perante nossa vida, pelas nossas próprias expectativas que vamos criando em torno de nós, muitas vezes o médium chega num patamar de tão necessário, diria até insuperável, que ele não se permite fracassar diante de um obstáculo, tipo… “… eu sou médium, filho de Ogum, eu tenho que conseguir ajudar tal pessoa, eu estou acima de tudo, eu nunca erro, tudo dá certo para mim…”, só que infelizmente não é bem assim, e as vezes o médium se depara com inúmeras dificuldades na vida e obstáculos que ele vai começando a perceber que mesmo ele tendo amparo espiritual está sujeito as entrelinhas que a vida impõe, essas dificuldades poderão surgir em ns. aspectos e setores da vida, é no ambiente familiar, aquele filho que está andando em más companhias, e na harmonia conjugal que anda de mal a pior, é na saúde que anda mais frágil do que de costume, é a crise financeira que assola o país que lhe tirou o trabalho, os recursos para manter a sua casa e família e assim por diante, e todas essas questões vão abalando a fé daquela pessoa. A falta de aceitação perante os obstáculos vão minando as forças, porque nem tudo depende unicamente da pessoa, as vezes os braços se cansam, doem de tanto empunhar a espada na batalha. E o guerreiro fraqueja, e pode se deixar sucumbir. As vezes a aceitação é necessária, é preciso recuar, esperar o melhor momento para continuar, contornar a situação, mas nem sempre a ansiedade deixa que isso aconteça, e quando nada se concretiza a desmotivação aparece.
O médium começa a perceber que ajuda a muitas pessoas, mas se desmotiva quando não consegue ajudar a si mesmo. E muitas vezes isso acontece porque ele se deu um poder que não pertencia a ele, e se esquece que está aqui em uma escola, um mundo de espiações e o que tiver que passar, ninguém poderá passar por ele. A grande diferença é como ele vai se colocar perante as dificuldades, se vai se abrir a ter apoio ou não de seus guias e mentores.
As vezes é preciso se silenciar para ouvir o espiritual.
É tanto sofrimento que a pessoa vai perdendo a crença nos próprios resultados, e começa a pensar: “…vou todos os dias de gira no terreiro, cumpro minhas obrigações direitinho, e por que meu Pai acontece tanta coisa de ruim comigo?”, com essas e outras o médium vai perdendo a crença e a confiança na sua própria capacidade de superação, ninguém é de ferro, somos médiuns, mas não somos os próprios Orixás que nos regem, e enxergar essa limitação ajuda a criar forças para superar as dificuldades. Porque o que causa a desmotivação é achar que NÃO CONSEGUE MAIS, QUE NÃO É MAIS CAPAZ DE REALIZAR ALGO.
Essa visão é tão equivocada que vemos críticas pesadas oriundas de terceiros que dizem: “… está assim desse jeito porque é “Macumbeiro”, fica mexendo com coisas de espíritos, isso é atraso de vida…”, até então nem devem ser consideradas porque são perseguições oriundas de pessoas que nem sabem o que estão falando na grande maioria das vezes, agora mais triste é ver críticas de tão forte teor vindas dos próprios irmãos de fé, que dizem: “…fulano está assim porque o terreiro onde frequenta é fraco, suas entidades e guias são fracos…”. Como se nossos guias fossem responsáveis por tudo que nos acontece, essa perseguição ignorante chega ao cúmulo do absurdo quando vemos médiuns que simplesmente sofrem calados, porque temem ser criticados, humilhados por outros irmãos de crença. Porque lhes digo e afirmo que quem está sofrendo não quer que lhes atire pedras ou críticas, apenas uma motivação ou mesmo o apontar de um caminho, uma saída já ajuda é suficiente, ou quando mais se não puder ajudar apoie. 
Uma das causas também da desmotivação é quando o médium acha que já aprendeu tudo, já sabe de tudo, não se abre a aprender coisas novas, não se defronta perante seus próprios conhecimentos, irredutível não aceita críticas, não se dá o direito a duvida e ao questionamento de pensar, será que tudo que sei é certo mesmo? E mesmo quando correto, não se deixa aprimorar-se. A falta de expectativa de renovar-se e aprender no dia a dia na religião também trás desmotivação, tudo vira rotina.
O médium muitas vezes acredita que ele não consegue fazer outras coisas, ele se bloqueia tanto que não consegue ver as esquinas que existem em sua estrada, só vê um caminho reto, sem curvas e vazio. Mas seu medo, a sua falta de crença em si mesmo não permite ver que em cada esquina dessa estrada tem alguém ali, te intuindo, te inspirando a prosseguir, porque nossos guias não podem vir e resolver e viver por nós, mas podem nos intuir, nos encaminhar e nos inspirar a uma saída, até mesmo nos inspirando a aceitação necessária para determinados momentos nos inspirando a desapegar e continuar, porque ficar ali não vai resolver muita coisa. Quem nunca esteve numa situação e do nada recebeu um telefonema, ou cruzou com uma pessoa que a tempos não via, e bate papo aqui e bate papo ali, quando acabou percebeu que aquela pessoa havia deixado algo, a boa palavra, uma esperança, um encorajamento, as vezes nossos guias usam da boca de outras pessoas para chegar até nós.
A desmotivação muitas vezes é oriunda, pela nossa teimosia e descrença, mesmo dizendo que tem uma fé inabalável, que ama seus guias e Orixás, mas muitas vezes o médium vai pede, ora, faz sua oferenda, acende sua vela e pede muito uma determinada coisa ou quer muito um determinado resultado, e pensa:“… meu orixá vai me dar, meu preto velho vai buscar para mim, meu exú não há de me faltar..”, e de repente, “BUMM” não rolou, não deu certo, você não conseguiu, e logo vem a revolta, para que eu vou no terreiro, eu não vejo uma melhora na minha vida, eu não consigo nada de bom, eu só me lasco, ah quer saber não quero saber mais de nada de terreiro, de guias etc, e lá fica umas horinhas xingando, praguejando, revoltado. Ah e não me venha dizer que isso não acontece, porque acontece sim, a fé fraqueja, somos falíveis, e estamos bem longe da perfeição.
Só que o médium se esquece, que nem sempre aquilo que ele está pedindo é bom realmente para ele, por isso quando pedirem digam: SENHOR, QUE EU SEJA ABENÇOADO COM O QUE O SENHOR RESERVOU DE MELHOR PARA MIM. QUE SEJA FEITA A SUA VONTADE. Muitas vezes não sabemos o que estamos pedindo, mas nossos Orixás, guias e mentores sabem.
Sabe aquela frase que diz: FILHO DE UMBANDA BAMBEIA, MAS NÃO CAI, ela é bem cabível nesses momentos, mesmo diante de tanta revolta nossos guias não nos abandonam e sempre buscam nos ajudar na medida do possível que lhes é permitido, porque saibam que nem tudo eles podem intervir.
E o filho de pemba fica ali desmotivado, desanimado diante de tantas lutas e dificuldades, mas as vezes é preciso chegar no fundo poço, para olhar para o alto e ver que tem uma saída, temos nosso instinto de sobrevivência nato, a gente chora, se desespera, mas tem uma coisa ali dentro de cada um que é mais forte do que tudo, a nossa FÉ. A Fé é como uma chama de uma vela que tem momentos que ela fica pequinininha quase imperceptível e tem outros que vira uma labareda de fogo imensa. E nós somos a vela e quando nossa chama ameaça de apagar vem nossos guias e nos cercam para que vento nenhum a apague.
Sabe meu irmão e minha irmã, não é vergonha as vezes fraquejar, bambear, isso acontece até com os mais valorosos médiuns, ter medo todo guerreiro tem perante a batalha, e o medo nem sempre é ruim, as vezes o medo nos ajuda a recuar na hora certa e descobrir a melhor estratégia para vencer. E quando sua prece não querer sair da sua boca, porque a tristeza e a dor a está impedindo, reze com a alma e com o coração, feche os olhos e converse com Deus, com seus Orixás e seus guias com seu pensamento, porque este ninguém consegue barrar.
E se sua desmotivação for ocasionada dentro do próprio terreiro, com as pessoas que ali estavam, pensa que talvez essas pessoas lhe foram colocadas para te ensinar algo, para que se auto superasse, para lhe ensinar a não cometer os mesmos erros, sobre as leis de compaixão, perdão e caridade, pense que essas pessoas lhe foram colocadas em sua vida para te ensinar a ser mais forte, e fortalecer sua fé e crença em si mesmo. Mas lembre-se que essas pessoas podem se dizer fazer parte da Umbanda, mas não são a Umbanda como um todo, e que dentro dessa egregora há várias famílias e que se essa não é para você com certeza terá uma que será, porque Orixá é vento que ninguém prende, ele caminha por todos os caminhos e espaço, e onde você estiver seu Orixá irá estar com você.
Mas há outra questão mais preocupante correlacionada com a desmotivação, é o assédio espiritual oriundo do acumulo da tristeza, depressão, quando nos desmotivamos, nos derrotamos na verdade, abrimos um canal perigoso, nossas armaduras tendem a ir ao chão, ficamos vulneráveis e desprotegidos, e alguns espíritos usam de nossa fraqueja para nos atingir. Acabamos por nos sintonizar naquela frequência negativa, tudo fica enegrecido em torno da pessoa, parece que a esperança acabou, porque esses espíritos acabam por nos induzir e acentuar ainda mais determinados sentimentos. Infelizmente muitos médiuns nos chegam até nós no fundo do poço, completamente vampirizados, porque cederam a essas forças nefastas, obsediados precisam não só da força de seus guias e mentores mas de toda uma egregora espiritual que como um exército se prontificara a lhe salvar o espírito, resgatando sua força de viver, é por essas e outras que é tão preocupante quando vemos uma pessoa desmotivada sem vontade de viver.
A desmotivação tem levado a muitos danos e perdas, pode sim ser algo momentâneo como mencionei, algo passageiro, uma doença que após o paciente medicado com uma boa dose de motivação e encorajamento acaba rapidinho, mas como todo mal se não tiver conscientização imediata, incentivo, poderá se tornar algo muito danoso e perigoso, levando a consequências terríveis, uma dessas consequências que temos presenciado é o SUICÍDIO,  que é a fuga, a falta de vontade de viver, é quando a pessoa usa do seu sopro para desligar o botão o laço que liga sua vida a esse mundo, é muito triste, porque se essas pessoas tivessem tido talvez a palavra certa na hora certa, muitos não teriam feito tal ato.
A vida está ai, linda e bela, temos ns. motivos para nos motivar, mas como seres humanos falíveis tendemos a sempre olhar para o lado negro da situação, hoje em dia viver nos dias atuais onde nossos antepassados diziam é uma luta, hoje em dia está sendo uma guerra, são ns. dificuldades e obstáculos, mas temos graças a Deus e aos Orixás uma arma forte e imbatível, nossa FÉ, e ela tem que ser renovada todos os dias, é em pensamentos, nas boas palavras e ações. Quando temos FÉ sempre há uma luz no final do túnel a nos guiar, que nossa luz chegue na frente, derrubando todas as muralhas escuras impostas. E quando nossa FÉ fraquejar, está na hora do filho de pemba, se colocar de joelhos novamente e orar. A oração aquieta e acalma nos dando condições de pensar e sempre aparece uma boa saída.
Por isso, cuidado com a desmotivação, encoraje-se, motive-se, tenha Fé que não há mal que dure para sempre. Tudo passa.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira

terça-feira, 14 de julho de 2015

Para o médium refletir



Podemos enganar o mundo, ludibriar o nosso semelhante, esconder-nos por traz das aparências, mas jamais conseguiremos enganar, ludibriar ou nos esconder da nossa consciência...


Para o médium refletir
 Tenho muita dó de quem pensa que a Umbanda é um mar de rosas e que todos nossos problemas serão resolvidos a partir do momento em que colocarmos a roupa branca. Muito pelo contrário, a Umbanda, quando aceita de coração e incorporada à nossa vida, nos leva a ficar cara a cara com nossas deficiências e falhas, escancarando nossos sentimentos e apurando nossas verdades. Um verdadeiro vendaval de mudanças internas nos arrasta e transforma nosso intimo preparando-o para o bom exercício religioso tornando-nos pessoas melhores e mais centradas. Deixa-nos mais fortes e tolerantes, mais sensíveis e piedosos, mas os problemas acumulados em nossa existência somente serão resolvidos com firmeza, determinação e o uso sapiente do livre arbítrio, inerente a todos os seres humanos, nunca pelos meandros ou facilidades de nossa religião, por mais que isso seja apregoado por uma imensa turba de aproveitadores da boa fé alheia. O mau uso dos mistérios astrais, a exigência demasiada com nossos orixás e entidades, a falta de humildade, ou pior ainda, a falsa humildade, colocarão o médium em seu devido lugar, o ostracismo mediúnico. A Umbanda não foi criada para satisfazer desejos pecaminosos e sonhos grandiloqüentes nem para destruir nossos inimigos com trabalhos mirabolantes à base de velas pretas, farofa, ou sei-lá-mais-o-quê, tão propagados em sites, blogs ou mesmo terreiros “especializados” nas mazelas caprichosas de maus seguidores. O bom trabalhador umbandista deve, acima de tudo, manter a atitude de fé, compaixão, respeito e caridade proposta pela lei de Oxalá, nunca fazer julgamentos apressados muito menos pedir o que não poderá ser dado. Esse conjunto de atitudes aplicado em sua vida religiosa fará com que o grande médium desabroche em plenitude e você descobrirá encantado, que esse grande médium, até então escondido, é você! Saravá a Umbanda!

PONTOS RISCADOS



PONTOS RISCADOS



O ponto riscado é um fundamento que nasceu juntamente com a religião de Umbanda.  Mais do que simples desenhos, os pontos riscados são símbolos sagrados, além de ser um dos elementos que demonstram a autenticidade da incorporação.
A entidade que realmente está incorporada em seu médium deve passar seu ponto riscado e ponto cantado os quais serão confirmados pela entidade chefe da casa.
Não existe entidade na Umbanda que não risque ponto. De exu à ibeijada todas as entidades, se entidades de verdade, devem riscar e firmar seu ponto.
É através dele que a entidade indica sua origem e linha de trabalho e busca as energias para o cumprimento de sua missão.
Obviamente que um médium em desenvolvimento não terá suas entidades riscando ponto da noite para o dia. Assim como o desenvolvimento mediúnico, é algo a ser trabalhado a longo prazo, pois, só se risca o ponto completo a entidade que está “firme”, ou seja, que já tem um domínio maior sobre a matéria do médium.
O médium em desenvolvimento, muitas vezes sem notar, passa por inúmeras experiências. Às vezes aparecem símbolos em sua mente, sonham com pontos riscados e cantados, etc. Essas experiências nada mais são do que a espiritualidade preparando o médium para o desenvolvimento. Como já foi tratado em inúmeros textos, o desenvolvimento mediúnico não ocorre apenas dentro do terreiro, mas ele é constante em nossas vidas. Por tal razão o médium deve estar sempre em sintonia com a espiritualidade, a fim de contribuir para o próprio progresso.
Quando se vê “médiuns” em que suas “entidades” tremem ao riscar o ponto, ou “rabiscam” a tábua com símbolos indefinidos ou até mesmo se negam a riscar o ponto, é um evidente sinal que seu desenvolvimento ainda não está completo. Que ainda possuem uma consciência que interfere na vontade entidade.
A entidade quando de fato incorporada, risca sem medo e sem dúvida, pois ela conhece o ponto a ser riscado. Falta nas situações apontadas acima, sintonia entre o médium e sua entidade e até mesmo o próprio desenvolvimento do médium.
O médium jamais deve forçar sua entidade a nada. Muitas vezes o médium na pressa de “se desenvolver” realiza atos que apenas o irão expor. Quando chegado o momento de riscar seu ponto a entidade irá fazer sem qualquer hesitação. Qualquer interferência do médium na incorporação é prejudicial, mesmo nos casos da mediunidade tida por consciente.
Muitas vezes, a entidade, quando entende que já chegou momento, começa seu ponto, com, por exemplo, uma flecha, uma folha, um raio, etc., e o deixa aberto. Não se trata do seu ponto riscado, mas sim de seu começo. Com o passar do tempo ela irá completando até dizer que está pronto. O circulo ao redor da tábua se dá apenas após a confirmação do ponto, sendo, geralmente, feito pela primeira vez pela própria entidade chefe.
Já os médiuns graduados, estes já passaram pelo desenvolvimento inicial, por isso suas entidades riscam por completo sem qualquer hesitação. Se a hesitação houver, é sinal que seu desenvolvimento também não foi completo ou está inadequado para a formação que possui.
Dessa forma, verifica-se que apenas após a entidade riscar seu ponto e ele for confirmado pelo guia chefe da casa, é que a entidade estará de fato incorporada. Por essa razão é totalmente equivocado a utilização de materiais pela entidade antes de sua confirmação.
Por exemplo, utilização de capa e chapéu para exu, bengala para preto velho, bicos e enfeite para as crianças, ciganos, etc., por “entidades” que não riscaram o ponto. Ora, se ela não riscou ponto, não se sabe quem é, não se sabe se de fato é a entidade ou se a própria cabeça de médium.  Nem todo Exu usa capa! Nem todo preto velho usa bengala! Nem toda criança usa enfeites e bico! Por essa razão esses elementos só poderão ser utilizados pelo médium em que a entidade riscou e teve seu ponto confirmado, pois somente aí ELA poderá escolher de fato os elementos que deseja utilizar em seu trabalho e não o médium.
Também é desaconselhado o médium em desenvolvimento procurar na internet pontos riscados ou comprar os famigerados livros de pontos riscados. O ponto riscado é algo individual de cada entidade. Como já visto em estudos anteriores, mesmo que duas entidades pertençam a mesma falange, como por exemplo do Caboclo Sete Flechas, raramente o ponto dessas entidades serão idênticas. Haverá sim semelhanças, mas cada espírito terá suas peculiaridades.
O ponto riscado, como dito acima, virá com naturalidade, com o tempo e não da noite para o dia como pensam alguns. A pressa só atrapalhará o sadio desenvolvimento do médium.
O médium não deve se sentir menosprezado por que sua entidade não riscou ponto. O desenvolvimento mediúnico não é igual para todos, pois cada pessoa possui a mediunidade em um determinado nível sendo alguns mais aguçados que outros. Como dito acima, deve ter paciência e buscar o correto desenvolvimento passo a passo.
Os pontos riscados além de identificar a entidade, poderão ser utilizados para descarregos, firmezas, amacis, cura, segurança, etc. São pontos que a entidade, após sua confirmação, utilizará em seus trabalhos. Cada símbolo, cada risco tem um significado o qual deve ser explicado pela entidade que o risca.
As pembas com que eles são riscados, conforme já explicado no estudo sobre elas, vão depender da linha que a entidade trabalha e do objetivo que está se riscando.
Esse é um fundamento que não deve se perder! Nasceu com a Umbanda e nela deve permanecer. Têm-se relatos de terreiros que se dizem de Umbanda, em que não se é riscado ponto. Trata-se de completo absurdo! O fato de não se riscar ponto está abrindo campo para mistificações, além de comprometer a própria segurança da  casa.
Para encerrar, como sempre é dito em nossa casa, para exemplificar a importância do ponto riscado: “sentar no chão, comer doce e pedir benção é fácil, qualquer um faz sem precisar estar incorporado! Mas riscar seu ponto, confirmá-lo e dar seu ponto cantado, apenas as verdadeiras entidades irão fazer!”
“Umbanda tem fundamento e é preciso preparar!”




Conceito: O Ponto riscado é um instrumento para trabalhos magísticos efetuados pelas entidades. É o selo, o cartão de visitas, a identificação, o brasão e a bandeira da entidade. 
 

É uma espécie de campo de força riscado através de símbolos dentro de uma Mandala, onde o instrumento utilizado em seu campo de trabalho é a Pemba. A Pemba maneja as forças de forma a lhe conferir afinidade com as entidades, identificando a quem ela se subordina, bem como seus fundamentos. A Mandala e os símbolos são riscados em uma tabua de madeira, que se intitula tábua de ponto.


Mandalas: 


Constituídas de um desenho circular, aonde no seu interior vemos formas e figuras variadas. É uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o Cosmo. No interior da Mandala temos sempre um ponto central, que representa sua essência, e dele partirão todos os demais elementos. Esse ponto representa Deus, do qual partiu todas as coisas existentes no planeta. Existem dois tipos de mandala, mandala aberta, e fechada. 

Mandala aberta:


A ação da Mandala aberta é ampla e vasta, envolve a todos e a todo o terreiro. Dentro de um terreiro normalmente esse tipo de ponto só é riscado pelo Pai ou pela Mãe espiritual, porque nesse caso está expandindo a energia para todos. 



Mandala fechada: 

A ação da Mandala fechada, é a ação concentrada, delimitada e limitada, a entidade neste caso cria um verdadeiro campo de força, usado em solicitações específicas e nos pontos identificatórios. 


Na Mandala são colocados elementos simbólicos ancestrais, ao desenhar uma mandala, ou seja, ao ser riscado um ponto, é criado um instrumento sagrado. 



Pemba: 


A pemba é uma pedra de calcário, que nossos guias utilizam para riscar seu o ponto de energia de acordo com a sua vibração. Ela é parecida com um giz, e pode apresentar várias cores de acordo com a vibração ou linha da entidade. 

A pemba consagrada pode ser ralada e utilizada para cruzar o ambiente e filhos de santo. Desta forma ela é soprada nos pontos cardeais do ambiente para que se de a firmeza. 



Símbolos e cores: 


Todos os Símbolos partirão de um ponto no interior da Mandala. Os símbolos e as cores da Mandala criam a força que define a ação vibracional da Mandala (Ponto riscado).


Grafia de Umbanda e seus significados: 


Cada traço, cada forma tem um significado e de acordo com a ordem, a direção e a maneira como os símbolos se posicionam podem revelar muitas informações sobre a manifestação espiritual ora transcrita através do ponto riscado e sua missão de trabalho.
Círculo – O Universo, a Perfeição.

- Circulo aberto – energia expandindo;

- Circulo fechado – energia concentrada;


- Circulo com um ponto – ser supremo, símbolo de Oxalá;


Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si – O Plano Divino, o Quaternário Espiritual.

Círculos Menores e Semicírculos – A fases da lua (símbolo de Iemanjá), força de luz inclui Iansã.

Círculo com Estrias Externas – O sol (símbolo de Oxalá).

- Linha reta transversa – mundo material;
- Duas linhas retas transversas
- Linha curva – polaridade;

Triângulo – Trindade

- Hexagrama ( dois triângulos ) – masculino e feminino, as forças divinas

- Um Pentagrama -

A Estrela de Davi e o Signo de Salomão

A Linha do Oriente, Oxalá, a Luz de Deus.

Três estrelas também representam os Velhos e Almas.

- Balança, Machado ou Nuvem – Símbolos de Xangô e do Oriente

- Raio – Símbolo de Yansã ( mudança dos tempos, intensidade, forte energia)

- Espada Curva – Símbolo de poder e força, a luta do bem contra o mal, símbolo de Ogum;

- Espada Reta – Símbolo de Iansã.

- Coração – Símbolo do amor, da força dos sentimentos que unem os homens, símbolo de Oxum; a Flor também é um símbolo de Oxum.



- Tridentes – Símbolo antigo de força, representando a força do Deus Netuno que tinha no tridente a representação dos pólos que comandavam aquela civilização. Símbolo usado por exus e pomba giras devido ao sincretismo. Observam – se tridentes de risco quadrado para exus (compadres) e de risco arredondados para pomba giras.


- Cruzeiro – Símbolo das almas e do encontro dos desencarnados. Muito comum nos pontos de pretos velhos e exus de cemitério.


- Caveira – Não simboliza a morte. É a identificação dos espíritos que militam nas esferas da calunga pequena (cemitério).

- Flecha para cima – Símbolo da busca espiritual , do objetivo, do alvo a ser atingido. Símbolo dos falangeiros de Oxossi.

- Arco e Flecha – Símbolo dos falangeiros de Oxossi



- Fases da lua 

Cheia – Símbolo da magia oculta, símbolo de Yemanjá

Crescente – Renovação de forças

Nova – Força plena

Minguante – descarrego ou pólo invertido

- Um Quadrado – O os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar).

- Espiral - Para fora indica chamamento de força, retirando demanda.

- Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha– Símbolo de Ogum.

- Coração com uma Cruz no Interior – Símbolo de Nanã.

- Traços Pequenos na Vertical (chuva) – Símbolo de Nanã.

- Folhas ou Plantas – Símbolos de Ossain.

- Cruz Latina Branca – Cruz de Oxalá.


- Cruz Grega Negra – Com pedestal, símbolo de Omulu. 



- Arco-íris – Símbolo de Oxumaré.



- Estrela Branca (Oriente) – Luz dos espíritos.


- Estrela Guia (com cauda) – Símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente).


- Um Oito Deitado (Lemniscata) – Símbolo do Infinito.


- Cordão com Nó ou um Pano – Símbolo das crianças.


- Conchas do Mar – Símbolo das crianças.


- Águas Embaixo do Ponto – Símbolo de Iemanjá (mar).


- Pequenos Traços de água – Símbolo de Oxum.


- Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas – Símbolo de força, amarração e descarrego.


- Rosa dos Ventos – Chamamento de força ou descarrego.


- Palmeiras ou Coqueiros – Força dos Velhos


- Traço com Três Semicírculos nas Pontas – Descarrego e força também.



Existem muitas grafias utilizadas por nossos guias e essas são algumas mais comuns. Porém no Ponto riscado está o segredo e assinatura de cada entidade, aonde poderemos perceber símbolos ainda desconhecidos apresentados pelas mesmas. 

Por isso cabe a nós o estudo e a avaliação, não só do Ponto riscado, mas da manifestação e da confirmação do Guia como um todo, onde tem que prevalecer sempre a energia que está vibrando. 


Tábua de Ponto: 

Os pontos podem ser riscados em qualquer local, porém se recomenda ao médium que tenha uma tabua de ponto confeccionada em madeira de boa qualidade (cedro ou pinho). Ao término do trabalho o médium deve sempre apagar o ponto no sentido horário com bucha vegetal e seca.

Bucha Vegetal Seca,para apagar os pontos riscados.