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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SER UMBANDISTA
Eu sou Umbandista ... Mas o que é isso? O que é ser Umbandista?
É não ter vergonha de dizer: "Eu sou Umbandista".
É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista.
É se dar, acima de tudo a um trabalho espiritual.
É saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a
Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros, e casas de Umbanda, representam a
Religião de Umbanda.
É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser amado, e saber ouvir para ser
escutado, e saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si.
É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus, e quem os recebe os mereceu.
É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que
querem encontrar um caminho.
É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo:
irmandade.
É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.
É saber que nem sempre estamos preparados ... que é necessário sacrifícios, tempo e dedicação para o
sacerdócio.
É entrar em um terreiro sem ter hora para sair, ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido.
É, mesmo sem fumar e beber, dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para
ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões.
É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para
que eu possa viver meu dia-a-dia, numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio
espiritual.
É sofrer por não negar o que sou ( Umbandista ), e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação.
É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígena, louco ... e, ainda assim, amar
minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.
É ser ofendido física, espiritualmente e moralmente, mas mesmo assim, continuar amando minha
Umbanda.
É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos Encostos, e, mesmo assim, levantar a
cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade.
É ser Umbandista e pedindo sempre a Zamby para que eu nunca esteja Umbandista.
É acreditar, mesmo nós piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material,
que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado,
momento a momento nos dando força e coragem; ser
Umbandista é, assim de tudo, acreditar nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a
pureza de Deus.
É dizer sim, onde os outros dizem não!
É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo
que existe um propósito no que ambos estão fazendo.
É vestir o branco sem vaidade.
É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou, e não ter orgulho.
É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade, onde muitos possam ver ostentação.
É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca.
É é ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros.
É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa
religiosidade diante dos outros.
É estar sempre pronto para servir a espiritualidade seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga,
seja no cemitério, seja na macaia, seja nós caminhos ... seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja
necessário.
É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os
Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.
É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das girar, sentindo seu corpo moído, e, ao mesmo tempo,
sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho.
É sentir a força do soar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma
gira e no trabalho espiritual.
É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.
É ver um consulente entrar o terreiro chorando, e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo.
É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.
É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu
acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifício não sejam Umbanda.
É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.
É saber o que significa a Umbanda não para você, mas para todos.
É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer,
pensar e ser, ser e nunca estar ...
É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê
credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrimas, aflição, alívio, raiva, amor, mau e bom, mal e
bem ... os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problemas de quem a procura.
É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos
que a procuram.
É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você.
É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada Umbanda.

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