Ser umbandista é um ato de coragem.
Digo isso porque, ter uma proposta real de crescimento espiritual implica, antes de qualquer coisa, em comprometimento.
E quantos estão realmente comprometidos com o crescimento espiritual de si mesmos?
O Caboclo das Sete Encruzilhadas nos trouxe estas palavras:
“Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade.”
Mas fazer a caridade pura e simplesmente não implica em ser uma pessoa
melhor, pois para se tornar melhor, é preciso o autoconhecimento.
Muitos fazem a caridade por desencargo de consciência e outros ainda a fazem por vaidade.
A partir do momento que achamos que “a melhor pessoa é a que faz mais
caridade”, muitos passam a fazê-la apenas para ser melhor que os outros.
E assim, tornam-se objetos do Ego e da Vaidade.
Qualquer ação que vise apenas ser melhor do que os outros é apenas fruto do ego.
Não se enganem: o único verdadeiro mérito está em sermos melhor do que nós mesmos.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas também nos disse que: “aprenderemos com
quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, e a ninguém
voltaremos as costas.”
Aqui o caboclo coloca dois pilares extremamente importantes para a Umbanda: o crescimento e aprendizado.
Mas o que é o crescimento?
Para entender o verdadeiro crescimento, é importante lembrar que não
podemos supervalorizar o dom da mediunidade em detrimento do ser humano
que somos.
Não podemos ser umbandistas que se acomodam na posição de apenas ir ao
terreiro, incorporar nossos guias, trabalhar, e depois voltar para casa,
sem nenhum comprometimento com nosso crescimento interior.
O crescimento é aprender na Umbanda as mesmas lições que diariamente
tentamos ensinar aos nossos irmãos mais necessitados. É tentar ser tão
bom quanto se ensina a ser. É aplicar em si mesmo todas as lições
ensinadas pelas entidades. É refletir se praticamos aquilo que
ensinamos.
E o que é o aprendizado?
A maioria das pessoas acredita que o aprendizado consiste em ler livros e
fazer cursos, mas isso representa apenas uma parte do verdadeiro
aprendizado.
O aprendizado começa com o identificar dos nossos defeitos e a procura
dos caminhos para corrigi-los. Quanto mais comprometidos e sinceros com
nós mesmos, mais vamos ter coragem de conhecer os nossos defeitos e
lutar por uma transformação interior.
A balança de Miguel é responsável por pesar apenas o nosso próprio peso –
e não o peso que retiramos da balança dos outros. Ou seja: não adianta
fazer toneladas de caridade, se continuamos desequilibrados e “pesados”
internamente.
E assim, unindo o aprendizado com o crescimento, todo umbandista poderá
sentar em reflexão e perguntar a si mesmo, sabendo que a resposta está
em seu coração:
Você faz a caridade porque é bom ou você é bom porque faz a caridade?
Sarava a Umbanda !
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