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domingo, 25 de abril de 2010

O Passe


Muitas informações sobre o passe encontramos na literatura espírita, esotérica, umbandista, holística e assim por diante. Procuraremos aqui, trazer as informações básicas sobre o assunto, cabendo a cada um traçar seus próprios critérios de médium passista visto que a reforma íntima é pessoal, única e intransferível, além de se processar de forma gradativa.

Partimos da hipótese que a melhor técnica e o melhor preparo é a “boa vontade” de um coração puro em seus sentimentos de amor ao próximo porque, mediante nossas imperfeições, se optarmos para nos tornarmos perfeitos para arregaçar as mangas e obrar, ficaremos de braços cruzados por muitas e muitas reencarnações.

"Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus.”

(Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).


O QUE É O PASSE ?

Desde os tempos mais antigos, a imposição das mãos é uma das fórmulas usadas pelas pessoas para auxiliar os enfermos ou afastar deles as más influências espirituais. Em muitos trechos da Bíblia, vemos Jesus e seus discípulos imporem as mãos sobre os necessitados, rogando a Deus que os curassem. Jesus fez largo uso dessa prática e disse que, se quiséssemos, poderíamos fazer o mesmo. E desde aquele tempo o homem utiliza-se desse recurso para aliviar, consolar, melhorar e até curar doenças físicas e espirituais. Antes do advento do Espiritismo, sabia-se pouco sobre a prática desse costume. Os fenômenos de curas eram envoltos em mistérios e tidos como acontecimentos sobrenaturais. Ao menos publicamente, ninguém se aventurou a dar explicações para o estranho poder que tinham as mãos para curar e aliviar os males físicos e espirituais. Com a chegada da Doutrina Espírita, os Espíritos superiores explicaram o porquê das coisas. Ensinaram que as mãos serviam como um instrumento para a projeção de fluidos magnetizados, doados pelo operador, e fluidos espirituais, trazidos pelos Espíritos. Segundo eles, os fluidos curativos eram absorvidos pela pessoa necessitada por meio dos centros vitais (chacras), acumuladores e distribuidores de energias, localizados no perispírito e pelo próprio corpo astral que age como uma esponja. Estavam assim explicadas, teoricamente, as curas promovidas por Jesus e pelos curadores de todos os tempos. Para os seguidores de Allan Kardec, a imposição de mãos sobre uma criatura com a intenção de aliviar sofrimentos, curá-la de algum mal, ou simplesmente fortalecê-la, ficou conhecida como "passe". O passe é um dos métodos utilizados nos centros espíritas para o alívio ou cura dos sofrimentos das pessoas. Quando ministrado com fé, o passe é capaz de produzir verdadeiros prodígios. Têm como objetivo o reequilíbrio do corpo físico e espiritual.


O que é energia?

A energia de um corpo é a capacidade que este tem de gerar qualquer ação. Como há várias formas de energia, pode haver várias formas de ação possíveis. À energia calorífica, uma ação possível seria o aquecimento. À energia elétrica, uma ação possível seria a geração de corrente. À energia magnética, uma ação possível seria a magnetização de outro corpo. Em geral os corpos têm vários tipos de energia, e, por conseguinte, podem atuar no meio no qual estão inseridos de várias formas. Por exemplo: o corpo humano é capaz de aquecer o ambiente – nesse caso é utilizada a energia calorífica; é capaz de movimentar objetos – nesse caso é utilizada a energia mecânica; é capaz realizar o processo da digestão – nesse caso, dentre outras, utiliza a energia química; e assim por diante. No passe, os pensamentos do passista e da equipe de Espíritos, reunidos, formam a energia espiritual que atua no paciente e diretamente nos fluidos, que são energia magnética, dando- lhe características necessárias ao paciente. Assim, podemos dizer que a energia relacionada ao passe é capaz de atuar diretamente no paciente.

O que é fluido?

Fluido é substância sutil, maleável, imponderável, energética, que pode ser manipulada pelo pensamento de Espíritos encarnados e desencarnados, que imprimem nele características positivas ou negativas, conforme o teor do pensamento. No passe, utiliza- se o pensamento do Espírito que coordena a tarefa, assim como do passista, de forma a impressionar positivamente os fluidos que serão doados ao paciente. O fluido, em sua mais simples expressão, é chamado de fluido cósmico universal, que representa a simplificação máxima da matéria, que, manipulada pelo pensamento do Espírito, imprime- lhe variações de onde se originam os diversos tipos de elementos hoje conhecidos.

O que é transubstanciação?

Transubstanciação é o efeito de se alterar uma ou mais qualidades que caracterizam determinada substância. No passe, quando se altera diversas características dos fluidos, afim de doá-los ao paciente, diz- se que os fluidos foram transubstanciados.

O que é fluido animal?
Fluido animal ou magnetismo animal é a parcela de energia vital doada pelo ser encarnado, passista, no momento do passe. Tal fluido é inerente apenas a seres encarnados, sendo uma das razões pelas quais que companheiros encarnados participam de tarefas aparentemente de cunho apenas espiritual, tal como reuniões de “desobsessão”.

O que é fluido vegetal?
Fluido energético exalado pelos seres vivos do reino vegetal.


O que é perispírito?

É o corpo intermediário entre o corpo físico e o Espírito ( segundo o conceito espírita numa explicação mais simplificada dos corpos espirituais), necessário à relação entre estes dois últimos. É o laço que liga o corpo ao Espírito. Nos processos de reencarnação, é o molde determinante das características do corpo físico do Espírito que renasce.

O que é duplo etérico?

O duplo etérico ( corpo fluídico incluso no perispírito) pode ser considerado um corpo físico menos denso, energético, de onde dimanam as doações fluídicas animais (ectoplasma) que o passista realiza durante a tarefa do passe.

O que é centro vital?

Centro vital, ou centro de força, é um ponto de convergência de energias captadas pelo perispírito, posteriormente redistribuídas a todos os órgãos deste, assim como aos corpos “inferiores” , tais como o físico e o duplo. Em geral estuda- se sete centros vitais (chacras), que se vinculam, no corpo físico, a sete importantes centros do organismo humano: centro genésico ou básico (chacra básico), situado próximo à região genésica; centro gástrico (chacra umbilical), situado próximo ao estômago; centro esplênico (chacra plexo solar), situado próximo ao baço; centro cardíaco (chacra cardíaco), situado próximo ao coração; centro laríngeo (chacra laríngeo), situado próximo à laringe; centro frontal (chacra frontal/terceira visão), situado entre os dois olhos e centro coronário (chacra coronário), situado próximo à glândula pineal ou epífise (um sensor capaz de 'ver' o mundo espiritual e de coligá-lo com a estrutura biológica. É uma glândula, portanto, que 'vive' o dualismo espírito-matéria) no cérebro.

O que é aura?

De forma geral, todo corpo emite energias. A emissão de tais energias se chama radiação. Aura é o conjunto das radiações emitidas por determinado corpo, que o envolvem. Cada corpo espiritual tem sua aura e a do duplo etérico, também conhecida como aura da saúde apresenta em sua composição, forma e coloração, considerável variação mesmo ao longo dos minutos, pois reflete, quase que imediatamente, as alterações psíquicas e orgânicas ocorridas no ser.

O passe destina-se ao tratamento e profilaxia de enfermidades físicas e espirituais junto aos necessitados que procuram o centro responsabilidade e conhecimento doutrinário. É um complemento aos recursos de automelhoramento e reeducação espiritual utilizados normalmente.

Tipos de passes

Os passes podem ser classificados em três categorias:

a) Passe magnético

É um tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos, utilizando a força magnética existente no próprio corpo perispiritual. Pelo menos em tese, qualquer criatura pode ministrá-lo. Suas qualidades variam segundo a condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu desejo sincero de amparar o próximo. No passe magnético, geralmente se recebe assistência espiritual. Isso acontece porque os Espíritos superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade, atendem aos mais carentes. Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é independente da crença que o passista ou magnetizador possa ter em Deus ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", questão 176 :

"...muito embora uma pessoa desejosa de fazer o bem não acredite em Deus, Deus acredita nela".

b) Passe espiritual

É uma espécie de magnetização feita pelos bons Espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito das pessoas enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe fluidos magnéticos de médiuns, mas outros, mais finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida, pelo Espírito que veio assisti-lo. Pelo fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é bem mais limitado que as outras modalidades de passes. Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos desencarnados, são bem maiores do que aqueles que podemos contar em nossas residências, só com a ajuda do anjo guardião.

c) Passe misto

É uma modalidade de passe onde se misturam os fluidos do passista com os da Espiritualidade. A combinação é muito maior do que no passe puramente magnético e seus efeitos bem mais salutares. Este é o tipo de passe que é aplicado nos centros espíritas, contando com a ajuda de equipes espirituais que trabalham nessa área, para ajuda dos necessitados. Os benfeitores espirituais comparecem no momento do passe, atendendo aos encarnados e também ministrando eficiente socorro às entidades do plano espiritual. Eles agem aumentando, dirigindo e qualificando nossos fluidos. Mas para que se possa contar sempre com a ajuda dos bons Espíritos, é necessário observar os cuidados já ditos anteriormente sobre a depuração íntima de cada um dos que estão imbuídos do desejo de fazer o bem.

"...Para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isto a prece e a evocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja escutada é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Janeiro, 1864).
a) A Técnica do Passe Espírita

Há uma certa discussão no meio espírita sobre como deveria ser aplicado o passe. Alguns defendem a tese de que os passes deveriam ser ministrados movimentando-se as mãos ao redor do corpo do indivíduo, de modo que as energias espirituais pudessem melhor atingir seus objetivos de cura. Outros, acham que o ato de apenas impor as mãos sobre a cabeça de quem vai receber o passe já é suficiente. André Luiz nos informa em "Conduta Espírita" que o passe dispensa qualquer recurso espetacular. José Herculano Pires, no livro "Mediunidade", diz que o passe é tão simples que não se pode fazer nada mais do que dá-lo.

Allan Kardec, referindo-se ao assunto na Revista Espírita, número de Setembro de 1865, diz aos médiuns que:

"Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela forma. Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve emprestar o valor que merecem".


Oficialmente, a Doutrina Espírita não prescreve uma metodologia para o passe. Cada grupo deve ter o bom senso de trabalhar da forma que achar mais conveniente desde que dentro de uma fundamentação doutrinária lógica. O que é preciso levar em conta é que nenhuma forma de aplicar o passe surtirá efeito se o médium não tiver dentro de si a vontade de ajudar e condições morais salutares para concretizá-lo. Mesmo que se aplique a melhor metodologia, não se conseguirão bons resultados se o passista for pessoa de má índole.

b) Quando o Passe deve ser aplicado?

A variação das condições fluídicas perispirituais de qualquer criatura viva produz desequilíbrios orgânicos e psicológicos, que podem dar origem a enfermidades. Alterações psicológicas ou traumas orgânicos podem provocar mudanças fluídicas na camada exterior do perispírito, agravando doenças ou iniciando estados mórbidos. Daí, a importância da terapia energética dos passes como tratamento, mas principalmente como profilaxia das enfermidades. Por isso o passe deve ser aplicado regularmente, desde que seja esclarecido que o procedimento não é obrigatório, para desvinculá-lo de ritual ou dogma.



O passista

O passista é aquele que ministra o passe. Ser um passista espírita é uma tarefa de grande responsabilidade, o passista não precisa ser um santo, mas necessita esforçar-se na melhoria íntima e no aprendizado intelectual. Armado do desejo sincero de servir, quase todos os iniciantes podem trabalhar neste sagrado ministério. O passista deve procurar viver uma vida sadia, tanto física quanto moralmente. A Espiritualidade superior associa equipes de Benfeitores aos trabalhadores que se esforçam, multiplicando-lhes a capacidade de serviço. Portanto, todos podemos ministrar passes, porém é necessário um mínimo preparo moral a fim de que a ajuda seja o mais eficaz possível. Como todas as tarefas realizadas dentro do centro espírita, esta também carece de cuidados e atenção por parte de quem se propõe a executá-la.


"Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus".(Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).

1- O que é necessário para ser um bom passista?

Allan Kardec nos instrui a respeito:

"A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração (moral e ética), a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição não poderia ser executada sem o mais completo desinteresse material e moral. O primeiro é o mais fácil, e o segundo é o mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são sentimentos difíceis de se extirpar, e porque várias causas contribuem para os superexcitar nos médiuns" . (Allan Kardec - Revista Espírita, Novembro, 1866).

2- Condições básicas para o exercício do passe espírita

Fé. amor ao próximo, disciplina, vontade, conhecimento, equilíbrio psíquico, humildade, devotamento, abnegação.

"Se pretendes, pois guardar as vantagens do passe, que em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro" - (Espírito Emmanuel, no livro Segue-me).

3- Fatores negativos que prejudicam o passe

Desequilíbrio nervoso, psíquicos, emocionais, morais e físicos (mágoas, vingança, egoísmo, orgulho, vaidade, vida desregrada e desonesta, vícios e alimententação inadequada)

"O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais pronta. Mas, passando através do encarnado pode alterar-se. Daí, para todo médium curador, a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).

À medida que o passista avança na compreensão da importância da tarefa do passe, ele percebe que o seu bem- estar físico e espiritual não mais representa benefício para si próprio, mas também para todos os companheiros que se utilizam desse recurso terapêutico na casa espírita. Naturalmente, a conduta ideal de qualquer um de nós está descrita no Evangelho de Jesus.

O passe é tarefa de amor, recurso terapêutico para as almas e o passista pode ser encarado como o indivíduo que mais recebe na tarefa.

Podemos comparar o passista a um cirurgião. O cirurgião, antes do trabalho, deverá apresentar- se o mais higienizado possível para o desempenho adequado de sua tarefa sem a infecção do paciente. O passista deverá higienizar sua “casa mental” para evitar a contaminação de seus próprios fluidos que serão transferidos ao paciente.

Sempre que possível, o passista deverá melhorar sua compreensão dos mecanismos do passe pelo estudo e observação. No entanto, o bom desempenho na tarefa do passe não se vincula exclusivamente ao aspecto intelectual, mas principalmente ao amor com que se participa da tarefa.

Nas casas espíritas geralmente pratica- se o passe misto. Nesse tipo de passe, o passista atua como mediador entre o Espírito responsável pelo passe e o paciente. Dessa forma, o passista pode ser considerado médium, ou melhor, médium passista.

Na tarefa de passe realizada dentro da casa espírita, com a observância dos critérios de segurança e disciplina conhecidos, a coordenação da tarefa ocorre a nível espiritual, embora se tenha sempre um coordenador encarnado. Assim, é lícito pensar- se que a Espiritualidade procura sempre resguardar os tarefeiros durante o trabalho.

Há casas espíritas que possuem equipes de passistas que vão à casa do paciente ou a hospitais. Essas equipes sempre trabalham sob condições de disciplina e ordem para se garantir a segurança adequada ao desempenho da tarefa. O passista, sozinho, nunca deverá assumir responsabilidades por qualquer tipo de trabalho fora do âmbito da casa que freqüenta, embora, a título de beneficência, em visita a companheiro adoentado, poderá orar por ele – o que na verdade é também um passe -, chegando mesmo a aplicar- lhe um passe (com as gesticulações tradicionais), somente nos casos em que o próprio doente manifeste o interesse pela aplicação. Mesmo nesses casos, deverá o passista agir com extrema cautela afim de se evitar inconvenientes tais como manifestações mediúnicas de qualquer parte. Atendimentos a companheiros vinculados a processos obsessivos que envolvam manifestação mediúnica e que se encontrem impossibilitados de se dirigir à casa espírita nunca deverão ser realizados pessoalmente por qualquer indivíduo, mas apenas por equipe especializada da própria casa espírita.

Não é adequado dar sugestões e conselhos durante o passe. Não que os conselhos e as sugestões embasadas na vivência do Evangelho sejam incorretas, mas no momento da tarefa do passe, tal prática não deve ser acontecer, por melhor que seja a intenção. A tarefa do passe, também, não é receituário mediúnico, mas apenas ministração, por via fluídica, de elementos terapêuticos extremamente sutis ao paciente, que atuam diretamente no perispírito.

Não deve haver promessa de cura em hipótese alguma, pois a cura somente pertence ao próprio doente através das oportunidades de progresso espiritual. A promessa de cura, sobretudo endereçada a pessoa realmente doente, excita demasiadamente o psiquismo desta, podendo levá-la a estados muito piores se a melhora não se verifica conforme o prometido. Assim, por mais segura seja a fé do passista em relação à eficácia do tratamento fluidoterápico.

Não é necessária a incorporação durante a aplicação do passe. O estado de consciência plena do passista durante o passe indica que este também participa ativamente do processo de doação, através de seu raciocínio e seu sentimento, doando não somente os fluidos animais necessários ao transporte e à absorção dos elementos por parte do paciente, mas também sua ideação nobre que irá impressionar positivamente os fluidos a serem transmitidos.

É recomendadado que o passista vista- se de forma confortável, para que não venha a sentir incômodo durante a tarefa, podendo atingir seu término com tranqüilidade.

O toque deve ser evitado pois denota, essencialmente, intimidade. O toque em pessoa que não se conhece, poderá assusta-la, e com maior intensidade se este for do sexo feminino. Em qualquer trabalho, principalmente com o público, o cuidado deve ser redobrado.

Em geral, os passistas devem permanecer de olhos abertos. Particularmente os passistas que se servem de movimentos para a aplicação do passe não poderão agir de olhos fechados, sob pena de virem a colidir com outro passista também em movimento, ou até mesmo com o próprio paciente. Além, é claro, dos inconvenientes trazidos pelo toque indesejado.

Os fluidos são a base da manifestação mediúnica. Determinados companheiros que tenham ostensividade mediúnica podem tender para o estado sonambúlico em ambientes com grande reserva fluídica. A tontura, muitas vezes, indica o limiar entre os estados de vigília e sonambúlico. Sendo fenômeno natural, pode ser coibido pelo passista com a devida educação da mediunidade. Quando ocorrer, deve- se, sem alarde, informar ao coordenador da tarefa, para que, se possível, substitua- se o passista em questão, até o restabelecimento adequado, que geralmente ocorre em poucos minutos. Costuma- se recomendar que o passista tome um pouco de ar, procure relaxar e orar rogando aos benfeitores espirituais que o auxiliem. Tal fato não é, definitivamente, motivo para que qualquer companheiro se afaste da tarefa do passe.

O passista deverá orar continuamente durante a tarefa. O pensamento bem direcionado é essencial para o desempenho da tarefa. Assim, quanto mais se estuda os mecanismos do passe, maior capacidade de orientação de sua força mental terá o passista. Embora não haja regra sobre “o que pensar”, observamos que muitos companheiros mais afinizados com o estudo imaginam correntes magnéticas luminosas entrando e saindo pelos centros vitais do paciente, outros projetam na tela mental a figura de Jesus, e ainda outros imaginam descargas enormes de fluidos saindo das pontas de seus dedos, dos olhos, ou de todo o corpo. Seja qual for a ideação, esta sempre deverá ser nobre, além de ser alimentada pela crença profunda do passista na eficácia da aplicação.nobre, além de ser alimentada pela crença profunda do passista na eficácia da aplicação.

Passe e técnica
Não existe uma regra, mas podemos seguir algumas orientações. O passe misto, geralmente, é o mais utilizado e ele se utiliza das técnicas (a nível de movimentos) do passe magnético. É comum classificarmos os passes conforme o objetivo e os movimentos que o passista produz quando de sua aplicação, embora os movimentos não sejam obrigatórios. Visando simplificar ao máximo, restringiremos a duas técnicas, que chamaremos de “dispersão” e “energização” ou “fortalecimento”. Em geral, todo passe realizado durante a tarefa é uma seqüência destes, dois: primeiramente o dispersivo, seguindo- se o energizante.


O que é passe de dispersão?

O passe de dispersão é técnica destinada a retirar os fluidos deletérios que possam estar vinculados ao paciente, pela ocasião das ocorrências do dia a dia, ou de causas específicas, tais como processos obsessivos. É comumente ministrado aos médiuns, nas reuniões mediúnicas, após manifestação de entidade perturbada. A função básica dessa técnica é propiciar alívio ao paciente, assim como desobstrução de sua capacidade intelectiva, e de vinculação com os benfeitores espirituais.

O que é passe de energização?
O passe de energização é técnica que objetiva principalmente o fortalecimento energético do indivíduo. Com base nesse fortalecimento, o paciente pode reorganizar seus mecanismos de defesa contra investidas espirituais e encontrar motivação com base nas novas reservas de energia, dentre outros.

Como aplicar o passe de dispersão?

O passe de dispersão é realizado pela movimentação dos braços de cima para baixo, e não de baixo para cima, ao longo do corpo do paciente. As palmas das mãos devem estar direcionadas para baixo, de forma a se pensar que algo está sendo retirado do paciente. Os passistas não necessitam, ao final do percurso dos braços, fazer qualquer tipo de movimento com as mãos com o objetivo de livrarem- se dos fluidos retirados do paciente, pois tais fluidos não ficam agregados no passista. Lembramos, mais uma vez, que os movimentos aqui descritos funcionam apenas como sugestão mental tanto para o passista, como para o paciente.

Como aplicar o passe de energização?
O passe de energização é realizado pela imposição de mãos, que são movimentadas vagarosamente, desde a cabeça até às pernas do paciente, podendo ser repetido várias vezes tal movimento. É comum o passista, conforme sua intuição, fixar as mãos por algum tempo em determinada parte do corpo do paciente, com o objetivo de fornecer maior parcela de fluidos aos órgãos daquela área.. Durante tais movimentos, o passista deverá imaginar a transferência de fluidos luminosos de si para o paciente, tendo a plena convicção de que tais fluidos estão repletos de boas energias. Ao final do passe, que geralmente começou pela técnica de dispersão, caso o passista deseje comunicar mentalmente votos de confiança, esperança e paz ao paciente, é comum o posicionamento das mãos acima da cabeça (centro coronário) e na direção dos olhos (centro frontal).

Os movimentos são realmente necessários?

Não. Os movimentos apenas auxiliam o passista a direcionar seu pensamento corretamente durante o passe, assim como funcionam à guisa de sugestão mental para o paciente. Este segundo aspecto se deve ao fato de, culturalmente, o paciente sempre esperar que o passista irá movimentar os braços ou as mãos. Há pacientes que, em tomando passe com passista que não se movimenta, saem da câmara de passes insatisfeitos, chegando a pensar inclusive que não receberam o passe.


Qual é a duração ideal do passe?

Não há regra. Embora os passes realizados fora da casa espírita, em residências ou hospitais possam ser mais longos, nas tarefas costuma- se utilizar um tempo padrão próximo de um minuto, que naturalmente pode variar de paciente para paciente em função da intuição do passista. No entanto, o passista não deve se preocupar em “cronometrar” o passe, pois adquirirá facilmente, com dedicação à tarefa, a noção adequada do tempo necessário a cada caso.

Há cuidados especiais quando da aplicação de passes em médiuns ostensivos?

Sim. O passista deve procurar ser breve na “fase” de energização do passe, evitando ao máximo direcionar por muito tempo os fluidos, seja através de movimentos ou apenas com o pensamento, para a região da nuca do paciente, pois neste caso aumenta- se o risco de ocorrência de manifestação mediúnica. Além disso, pelo uso dos olhos abertos, o passista poderá, ao longo do passe, verificar se o paciente tende ou não para o estado sonambúlico.

O que fazer quando...

...o paciente fica mediunizado?

Deve- se procurar despertá-lo do transe, com tranqüilidade, batendo ou apenas pressionando levemente seu ombro, tomando o máximo cuidado para não chamá-lo de supetão, assustando- o.

...o passista fica mediunizado?

Embora tal prática não seja recomendada, raramente encontramos passista que aplicam o passe mediunizados, sem que o paciente perceba tal fato. Dos casos de mediunização, esse pode ser considerado o mais simples, ao passo que a manifestação mediúnica ostensiva de qualquer Espírito por intermédio do passista não é indicada na tarefa em questão. Assim, quando tal fato ocorrer, caso a segurança e a estabilidade do trabalho em curso se vejam ameaçados, deve- se procurar despertar com cuidado o passista do transe, orientando- lhe posteriormente a trabalhos de educação da mediunidade.


... há indisposição orgânica no paciente?

Deve- se, com tranqüilidade, interromper o passe, acompanhando o paciente, com gentileza para que receba auxílio do próprio coordenador da tarefa, de passista reserva, ou qualquer outro irmão disponível.

... há indisposição orgânica no passista?

Deve- se substituí-lo, sempre que possível, por passista reserva.

PASSES ESPIRIUAIS

O passista deve tomar certas providências em relação à sua própria conduta, pois a mente influi, poderosamente, sobre todos os seus centros de forças, os quais canalizam as energias que os seus pensamentos, somados aos seus sentimentos, direcionam. É bom não esquecer que o passista é doador de fluidos aos que sofrem. A troca de fluidos entre as pessoas é lei do equilíbrio.

Todavia, é indispensável saber o que estamos recebendo e ofertando, e quais os valores que oferecemos e que nos são oferecidos. Não basta ter vontade - que é o primeiro passo para esse trabalho no bem -, é preciso compreender o que deve e como deve ser feito, para melhor fazer, mantendo a consciência harmoniosa e pacificada.

André Luiz ensina que, "assim como na medicina Terrena é necessária uma assepcia para realizar um trabalho, o médium passista também necessitará de vigilância no seu campo de ação, porquanto a sua higiene espiritual resultará o reflexo naqueles que se proponha socorrer." (Mecanismos da Mediunidade, Cap.XXII)
O passista é um sensitivo de energias circulantes afins, pelo que, no momento do passe, não pode alimentar sentimentos vis. Precisa entregar seu coração e sua inteligência à influência do amor, à sintonia com os bons Espíritos, consciente de que, se doarmos luz, ficamos inundados de claridade; mas, se oferecermos trevas, sofremos as conseqüências decorrentes.

A CONDUTA MORAL DO PASSISTA
O passista, abraçando a moral crística, sabe que tem o dever da renúncia aos prazeres desgastantes, da vigilância de sua sensualidade e da disciplina dos seus impulsos ainda inferiores, para manter a saúde integral, que significa equilíbrio e harmonia, servindo para que nos transformemos em agentes estimuladores da paz, fugindo das contendas, preferindo ambientes com boa psicosfera, educando-nos para a existência do Bem, conquistando a humildade dinâmica, aquela que faz o bem sem reparar a quem.

Assim, por evidente, o passista deve se abster do contato com as forças que operam a perturbação e a desordem. O magnetizador comum e o passista, para manterem a postura que se espera das pessoas responsáveis, têm de assimilar tudo o que amplie sua capacidade de realização.

Para tanto, importante a iniciativa de estudos amplificadores dos recursos que facilitem a recepção das orientações dos Instrutores Espirituais. O asseio mental lhes ensejará autoridade moral, auxiliando o despertar do enfermo para aderir ao processo de auxílio e reagir.

Como estímulo, vale saber que ajudar, através da irradiação da energia magnética, disponível a todos os espíritos que realmente desejam servir, emprestando força à sua vontade e atraindo o auxílio divino, é também assegurar as melhores possibilidades de auto-reajustamento e de verdadeira compreensão do poder do amor.


A INFLUÊNCIA DO PASSISTA NO PASSE

Torna-se didático enumerar os principais itens de influenciação por parte do passista na tarefa do passe, para os quais deve ele atentar, já que se incluem nos questionamentos de responsabilidade pessoal.

1. HIGIENE PESSOAL -

Duas razões básicas impõem cuidados quanto à higiene corporal:

a) os desequilíbrios a que submetemos o corpo físico são refletidos no perispírito, contribuindo para uma má qualidade dos fluidos a serem transferidos;

b) os odores próprios da falta de higiene desarticulam a capacidade de concentração mental necessária ao receptor do passe.

2. VESTUÁRIO -

Boa parcela dos encarnados ainda enfrenta problemas relacionados à área da sexualidade, pelo que o uso de determinadas roupas funciona como catalizador de pensamentos abusivos que distoam completamente da serenidade requerida para a câmara de passe, o que conduz à recomendação para observarmos a cautela quanto ao vestuário a ser utilizado no dia-a-dia.

3. ALIMENTAÇÃO -

Pela questão 723 de "O Livro dos Espíritos", deduz-se que "permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde". Neste capítulo, cada um deve observar-se detidamente, sabendo já que todo excesso é tão mais prejudicial ainda que a relativa escassez alimentar.

4. FUMO -

Os resíduos do fumo no organismo desarmonizam o campo vibratório e lesionam o perispírito do passista e, por conseqüência, repercutem no corpo material. A responsabilidade do passista tem de levá-lo a reduzir ao máximo seu vício, se ainda não conseguir total abstinência, fazendo com que não fume ao menos três (3) a quatro (4) horas antes do trabalho no passe.

5. TÓXICOS -

O usuário de quaisquer tóxicos não deverá participar das tarefas de doação de fluidos.
6. ATMOSFERA FLUÍDICA -

A qualidade da atmosfera fluídica que envolve o passista é sempre elemento dos mais determinantes quanto aos resultados que se obtém através do passe. O passista deve, por isso, buscar permanentemente a melhoria de sua psicosfera, através de todos os meios ao seu alcance.
O estudo, o trabalho, o exercício da caridade, a vigilância e a prece são algumas das ferramentas ao seu dispor para alcançar esse objetivo.


7. SEXO -

A vida Sexual a nível mental influencia o desempenho do passista, pois o pensamento atrai energias positivas ou negativas, conforme o que se pensa. A grosso modo, seria muito bom, principalmente, no dia da tarefa, manter a "casa mental" adequadamente limpa e organizada.

Nenhum artificialismo, porém, há de impor-se como regra de uso. Há circunstâncias especiais para atender, porém, desde que o sexo seja fundamentado no amor, no respeito e na responsabilidade pelos sentimentos e pela individualidade do parceiro, não pode haver qualquer incompatibilidade entre a sua prática e o exercício do passe.

8. AGITAÇÃO -

Quando a pessoa abarca mais compromissos do que pode dar conta, deve se conscientizar de fazer o que lhe é mais importante, para fazer bem. A tarefa do passe exige presença assídua e dedicação. Normalmente é preferível não contar com um passista do que raramente contar com ele.

9. TRABALHO E REPOUSO -

O trabalho diário do passista deve ser metodizado, sob pena de prejudicar a reserva dos bons fluidos. O repouso para dormir precisa ser no mínimo de seis (6) a sete (7) horas por noite, para que o organismo não se ressinta de fadigas não reparadas, levando em conta também que o excedente desse tempo pode ser considerado supérfluo e prejudicial.

10. - IDADE -

Durante o passe, há um acentuado desgaste energético do passista e, embora em um corpo saudável e equilibrado a recuperação seja rápida, é desaconselhável o trabalho do passe para pessoas muito jovens ou muito idosas. Não é possível estabelecer limites muito rígidos, já que cada organismo tem suas peculiaridades, mas como regra geral desaconselha-se a atividade para menores de dezoito (18) e maiores de setenta (70) anos.


11. MÉDIUM OSTENSIVO -

Desde que observados os períodos de descanso para reposições fluídicas, o médium que participa de reuniões mediúnicas pode dar passes. No entanto, como a tarefa do passe não exige qualquer tipo de mediunidade ostensiva, é sempre um gesto de amor dar preferência a tarefeiros que não apresentem os requisitos para o mediunato.

12. - OBSESSÃO -

A condição de passista não isenta da possibilidade de desequilíbrios e muito menos das obsessões. Diante das primeiras evidências de uma situação dessas, é imperiosa a interrupção dos trabalhos de passe, ocasião em que o passista passa à condição de paciente, devendo submeter-se então ao tratamento reequilibrante e desobsessivo. É grande a responsabilidade do passista, porque, se não evitar o exercício do passe, insistindo em executá-lo, poderá transferir para o paciente aspectos de seu desequilíbrio.

13. QUANTIDADE E FREQÜÊNCIA -

Durante o passe, o passista sujeita-se a significativo dispêndio de energia, liberando grande quantidade de fluido vital, facilmente recuperada, desde que se trate de um organismo saudável. A capacidade de doação fluídica tem sempre limites que devem ser atendidos, para não comprometer o equilíbrio e a saúde do organismo, porém ela varia bastante de pessoa para pessoa, sendo que cada um deve aprender até onde é capaz de ir, evitando com isso de prejudicar a si próprio e ao trabalho.

Não estará o passista praticando um ato de caridade ao exceder à sua capacidade física. Isto pode até representar o oposto, na medida em que o trabalhador esgotado deixará de proporcionar energias restauradoras de que tanto necessitam aqueles que batem à porta da Casa Espírita.


OS FLUIDOS, O PENSAMENTO E A PRECE

Aprendemos sobre fluidos para entender o mecanismo do passe. Sabemos, então, que os fluidos não têm qualidade, no seu estado natural, ou seja, são neutros, não são bons nem ruins, pesados ou leves, etc.. No momento em que pensamos, os fluidos à nossa volta se transformam, adquirindo características conforme o tipo de pensamento. É a partir daí que se tornam bons ou maus, conforme a destinação que lhes damos.

"Seria impossível fazer uma enumeração ou classificação dos bons ou maus fluidos, nem especificar suas qualidades respectivas, tendo em vista que sua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos" ("A Gênese", Cap. XIV, item 14).

Como Sabemos, os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não que os manipulem como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. Usando do próprio pensamento, eles produzem diversas modificações nos fluidos, para os fins que desejam: "aglomeram, combinam ou dispersam..." (ibidem, item 7).

A prece é pensamento e, quando sincera e feita para beneficiar alguém, não deixa de ser um tipo de passe, que também depende da nossa vontade, elevando sempre o padrão vibratório da criatura.

"O Espiritismo proclama a sua utilidade não por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar a sua eficácia e modo de ação. Desde que, pela lei dos fluidos, compreendemos o poder do pensamento, também compreendemos o da prece, que é, também, um pensamento dirigido para um fim determinado" ("Revista Espírita 1866" - p. 5)

A prece tem um outro papel importantíssimo, que é o da higienização do ambiente fluídico em que se encontra aquele que a faz. No momento da oração, recebe-se fluidos de qualidade superior, pelo processo de sintonia com Espiritualidade Maior, passando-se simultaneamente à condição de repulsor dos fluidos inferiores do ambiente, os quais são progressivamente substituídos pelos que estejam sendo recebidos. A prece representa, assim, um benefício geral, funcionando como uma lâmpada que acende e afasta as trevas.

Allan Kardec, em comentário à questão 662 de "O Livro dos Espíritos", leciona que "possuímos, em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende além dos limites da nossa esfera corporal. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se ela é ardente e sincera, pode chamar em sua ajuda os bons Espíritos, a fim de sugerir-lhe bons pensamentos e dar-lhe a força do corpo e da alma de que necessita. Mas aí ainda a prece do coração é tudo, a dos lábios não é nada."

Em síntese, a prece é onda mental acionando os fluidos, fazendo-os envolver a própria pessoa e também beneficiar aos necessitados, atraindo bons Espíritos e aumentando o poder de sua irradiação.

A POSTURA DO PACIENTE DO PASSE

O receptor do passe precisa ser colocado em estado de confiança e de simpatia com o tratamento uidoterápico, em adequada sintonia vibratória com o passista.

O primeiro cuidado que o paciente precisa, antes de ser levado ao passe, é o da preparação evangélica, até onde possam penetrar os ensinos do Mestre Jesus, para que o processo fluidoterápico encontre melhor ressonância. Esse estudo pode ser individual e também durante as sessões da Casa Espírita.
É preciso incutir-lhe uma posição mental de reequilíbrio. No entanto, quando se depara com um estado mental impenetrável, face ao desequilíbrio do paciente, recorramos ao auxílio espiritual, até que se abra uma possibilidade de intervenção direta.

Está confirmado pela experiência que o passe será tanto mais eficiente quanto maior for a adesão do doente, convencido da força moral de seu benfeitor, sem esquecer a questão do merecimento. Nesse aspecto, verifica-se o determinante nas leis de justiça e de amor, vinculado tanto ao presente quanto ao passado espiritual de cada um.

O Ministro Clarêncio, no capítulo inicial do livro de André Luiz "Entre o Céu e a Terra", afiança-nos que "em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento..." Os transformadores energéticos precisam estar devidamente conectados com seus receptores, para fluir a energia e dar vazão aos seus efeitos.

Para que essa conexão aconteça e a adesão se consolide é preciso que o assistido elimine pensamentos negativos, abstendo-se da ironia, da descrença, das vibrações anti-fraternas, das preocupações meramente materiais e outras situações do gênero, para que não ofereça obstáculos à recepção dos fluidos benfazejos que lhe serão ministrados.

Para o bem do próprio necessitado, é importante alimentar uma conduta mental de compenetração respeitosa, de recolhimento reflexivo, de respeito a todos os que estão envolvidos na mesma intenção de benefício, de fé racionalizada nas possibilidades daquilo que busca.

Se alguns tratamentos não produzem os frutos que seriam almejados, é porque a lei de causa e efeito é uma lei justa; mas, mesmo sem a recomposição orgânica, é comum, pela evangelização, alcançarmos verdadeiros prodígios no campo da harmonia interior, com renovação de ânimo que, por si só, nos projeta à condição de beneficiados.



O PASSE À DISTÂNCIA

À pergunta se o passe pode ser ministrado à distância, o Espírito Áulus ("Nos Domínios da Mediunidade", Cap. 17) responde:

"Sim, desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora."


O passe ou irradiação à distância pode ser aplicado quando o paciente não possui condição alguma de deslocamento até a Casa Espírita, sendo uma alternativa que, em condições ideais, pode apresentar resultados quase tão satisfatórios quanto os que se obtém quando o paciente e passista se encontram no mesmo ambiente. O difícil é conseguir tais condições ideais.

Luiz Carlos de M. Gurgel, na obra "O Passe Espírita", editada pela FEB, relaciona algumas dessas condições:

1. Que o passista plasme, em sua mente, a imagem do paciente, o que não é fácil. Em geral, só é possível quando passista e paciente tiveram oportunidade de se conhecer anteriormente. A opção da fotografia ajuda, mas, em geral, não satisfaz completamente.

2. Que o paciente esteja prevenido e que o horário e o local tenham sido previamente combinados.

3. Que seja providenciada a prévia preparação do ambiente do paciente, por parte de familiar ou amigo que funcionará como elemento de apoio, através do recolhimento, do cultivo dos bons pensamentos e principalmente da prece.

Na hora combinada, o passista mentaliza o paciente e executa, em pensamento, os procedimentos de doação de fluidos, com a colaboração dos Benfeitores Espirituais.

Quando não for possível cumprir a tarefa nas condições consideradas ideais, a caridade determina que se promova a irradiação da nossa vontade em favor do enfermo, transferindo os fluidos terapêuticos através da prece de intercessão, a fim de poder contar com o apoio indispensável dos bons Espíritos, para o sucesso do empreendimento.disposição reside na mediunidade, para correta orientação do passista.







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